Durante algum tempo, ele foi influenciado pela filosofia estoica, e os estoicos negavam uma separação clara entre o bem e o mal. Mas acima de tudo, Santo Agostinho foi influenciado por outra corrente filosófica importante da Antiguidade tardia – o neoplatonismo, que defendia que tudo o que existia era de natureza divina. Agostinho foi capaz de responder a um aspecto do problema do mal facilmente.
Ele defendia que, embora tenha criado tudo o que existe, Deus não criou o mal porque o mal não é algo, mas a falta ou a deficiência de algo. Por exemplo, o mal padecido por um homem cego é a ausência de visão; o mal em um ladrão é a falta de honestidade. Agostinho tomou emprestado esse modo de pensar de Platão e seus seguidores.
Mas Agostinho precisa explicar por que Deus teria criado o mundo de tal maneira a permitir que existissem tais males ou deficiências naturais e morais. Sua resposta girou em torno da ideia de que os humanos são seres racionais. Ele argumentou que, para que Deus criasse criaturas racionais, como os seres humanos, tinha de lhes dar o livre-arbítrio.
Ter livre-arbítrio significa ser capaz de escolher – inclusive escolher entre o bem e o mal. Por essa razão, Deus teve de deixar aberta a possibilidade de que o primeiro homem, Adão, escolhesse o mal em vez do bem.
Agostinho também elaborou a Teoria da Iluminação Divina, por meio da qual afirmava que todo conhecimento verdadeiro é o resultado de uma iluminação proveniente de Deus.
Para ele, existem dois tipos de conhecimentos: o sensível e o divino.
O conhecimento sensível se dá pelos sentidos ou raciocínio indutivo, e é acessível a qualquer ser humano. Exemplo: percepção das cores, tato, olfato, sons, paladar, etc.
Por outro lado, as verdades eternas pertencem a um plano imaterial e só podem ser obtidas através da iluminação de Deus à razão e ao intelecto do ser humano; de acordo com essa teoria, Deus é o detentor das verdades obsolutas.
Resumo: Para Agostinho o mal não existe, apenas é a ausência do bem, por isso Deus não teria por poder tudo e estar em tudo, não criou e nem está no mal. Ele acaba existindo porque os homens não souberam usar a livre-arbítrio.
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