terça-feira, 25 de julho de 2017

A sociologia de Durkheim



A sociologia como uma ciência

O filósofo Augusto Comte (1798-1857) criou o termo "sociologia" a partir da organização do curso de Filosofia Positiva em 1839. Ele acreditava na superioridade da ciência e no seu poder de explicação dos fenômenos de maneira desprendida da religiosidade, como era comum se pensar naquela época.

Herdeiro do positivismo de Augusto Comte, Durkheim acreditava que os acontecimentos sociais poderiam ser observados como coisas (objetos), pois assim seria mais fácil estudá-los. ele propôs regras de observação e de procedimentos de investigação que fizessem com que a Sociologia fosse mais "científica". por isso, muitos sociólogos o consideram como o verdadeiro fundador dessa área de conhecimento.

Durkheim pregava a objetividade na análise dos fatos sociais. para ele, ao analisar uma sociedade, o pesquisador deve manter certa distância de seu objeto, ocorrendo com isso a neutralidade científica. Assim, ele deve perder o olhar subjetivo com relação aos fatos e, a partir disso, mensurar a realidade social em questão.

Segundo Durkheim, o sociólogo deve ter instrumentos para o desenvolvimento de seu trabalho a integração de análises quantitativas e qualitativas, complementados com observação, mensuração e interpretação.

Os fatos sociais

Para Durkheim, o objeto de estudo de um sociólogo é o que ele chamou de fato social. Fato social é tudo o que é coletivo, exterior ao indivíduo e coercitivo. Eles têm existência própria e não dependem daquilo que um indivíduo faz em particular.

Ele atribui três características que marcam os fatos sociais. É a partir desses elementos que a sociedade impõe sobre o indivíduo um padrão de comportamento. Um fato que reúna essas características é denominado social e pode ser estudado pela Sociologia.

Por exemplo, a grande maioria das pessoas pensa em casar e ter uma família. então podemos dizer que o casamento e a constituição de uma família são fatos coletivos ou gerais, pois existem pela vontade da maioria de um grupo ou de uma sociedade.

Veja as três características dos fatos sociais segundo Durkheim:

Coercitividade - a força exercida sobre os indivíduos, obrigando-os, através do constrangimento ou pressão, a se conformarem com as regras, normas e valores sociais vigentes. os indivíduos são "obrigados" a seguir o comportamento estabelecido pelo grupo.

Exterioridade - algo exterior ao indivíduo. As ações coletivas e individuais acontecem independentes da vontade individual, são consequências de outros acontecimentos sociais como o governo, a religião, a educação e a geografia.

Generalidade - a manifestação de um fenômeno que permeia toda a sociedade, ao longo da história e em diversos contextos.

O indivíduo é fruto de uma sociedade

Durkheim acredita que as ações das pessoas não acontecem por acaso. Apesar de existir uma consciência individual que dá a forma aos indivíduos pensarem e interpretarem a vida, o indivíduo seria fruto da sociedade, ou seja, suas ideias, condutas, concepções, valores e maneira de agir são influenciados pelo meio em que vive.

Para ele, a existência de uma sociedade só é possível a partir de um determinado grau de consenso entre seus membros constituintes. Durkheim acredita que dentro dos grupos sociais o que prevalece é a consciência coletiva, ou seja, o conjunto de crenças e sentimentos de uma mesma sociedade que serve para orientar a conduta de cada um de nós. portanto, os fenômenos individuais podem ser explicados a partir da coletividade.

Função social 

Para Durkheim, é impossível um indivíduo realizar todas as atividades de uma sociedade. As tecnologias e avanços estão em constante evolução, o que seria caracterizado pelo aumento dos papéis sociais ou funções. 

A divisão de trabalho (profissões e atividades) indicaria o “grau de evolução” de uma sociedade (primitiva ou complexa). As sociedades modernas seriam caracterizadas pela hiperfragmentação do trabalho. Nós dependemos de infinitas categorias de trabalhadores e a divisão do trabalho social acaba provocando uma crescente interdependência entre os indivíduos. 

Solidariedade mecânica e solidariedade orgânica

Uma Teoria Sociológica é a visão de realidade de um cientista social. Durkheim é considerado um dos fundadores do Funcionalismo, corrente que estuda a relação entre as funções exercidas por cada parte da sociedade para a manutenção do equilíbrio social. 

Durkheim entende sociedade como um corpo organizado, assim como a Biologia que compreende o corpo humano e todas suas partes em pleno funcionamento. A sociedade seria a soma de partes em operação e cumprindo suas funções. 

O funcionalismo entende que as sociedades organizam-se, necessariamente, como um todo orgânico, em que cada uma das suas instituições atua de modo a conferir coesão (unidade, estabilidade) ao conjunto. A sociedade seria um organismo em adaptação onde se busca encontrar soluções para a vida social. 

Para Durkheim, as sociedades se organizam sob tipos de solidariedade. Ele classificou as sociedades por solidariedade mecânica e por solidariedade orgânica.

As sociedades organizadas sob a forma de solidariedade mecânica seriam aquelas nas quais existiriam poucas identidades sociais. Nessas sociedades, os membros viveriam de maneira semelhante e, geralmente, ligados pela consciência coletiva e pela "força". Nesse tipo de sociedade existiria pouco espaço para individualidades.

Nas sociedade de solidariedade orgânica existem muitos papéis sociais. Diante da existência de uma maior diversidade de papéis, diminui o grau de controle sobre cada pessoa e os laços são sustentados pelo entendimento da função a ser desempenhada por cada um. Essa é uma das principais características da sociedade moderna, onde também emerge o egoísmo. [Para saber mais - CLIQUE AQUI]

fonte: vestibular uol

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