Para Kierkegaard, os filósofos de seu tempo estavam se perdendo em abstrações que se desconectavam da vida cotidiana. O dinamarquês foi em oposição aos colegas e procurou explicar de maneira palpável os dilemas morais, utilizando a noção de que nossas vidas são determinadas por ações, orientadas pelas nossas escolhas. O homem teria liberdade de fazer julgamentos de acordo com sua vontade, por vezes tendo de escolher entre aquilo que é melhor para si mesmo e aquilo que é mais ético. Essa liberdade seria a causa de nossa “angústia” diária. Isto é, cada escolha que fazemos é análoga ao medo de um homem diante de um penhasco, que teme tanto a ameaça da queda quanto o possível impulso de se atirar no vazio para ver no que dá. “O crucial é encontrar uma verdade que seja verdadeira para mim, encontrar a ideia pela qual eu possa viver e morrer”, escreveu.
O existencialismo pressupõe que a vida seja uma jornada de
aquisição gradual de conhecimento sobre a essência do ser, por esta razão ela
seria mais importante que a substância humana. Seus seguidores não crêem,
assim, que o homem tenha sido criado com um propósito determinado, mas sim que
ele se construa à medida que percorre sua caminhada existencial. Portanto, não
é possível alcançar o porquê de tudo que ocorre na esfera em que vivemos, pois
não se pode racionalizar o mundo como nós o percebemos. Esta visão dá margem a
uma angústia existencial diante do que não se pode compreender e conceder um
sentido. Resta a liberdade humana, característica básica do Existencialismo, a
qual não se pode negar.
Coube a Sartre [Para saber mais sobre Sartre: CLIQUE AQUI] batizar esta escola filosófica com a
expressão francesa ‘existence’, versão do termo alemão ‘dasein’, utilizado por
Heidegger na sua obra Ser e Tempo. Soren
Kierkegaard, precursor do Existencialismo, encontra seu caminho dentro da
Filosofia ao rebater os conceitos de Aristóteles ainda presentes nas teorias da
época, combatendo assim os ideais hegelianos, principalmente sua crença na
submissão de todos os fenômenos às leis naturais, o que lhes confere um
determinismo providencial e retira das mãos do homem sua liberdade individual.
Foi este filósofo que legou ao existencialismo a ideia
central da liberdade do homem, bem como de sua eterna aflição perante a falta
de um projeto que regeria a caminhada humana, o que deixa o indivíduo à mercê
de suas próprias decisões e atitudes. Ele vê a realidade como um feixe de
possibilidades diante das quais o ser, com sua liberdade de escolha, pode optar
pelas que mais lhe convém. Estes caminhos podem ser englobados, para ele, em
três opções primordiais – o estilo estético, no qual cada um busca aproveitar
ao máximo cada momento; o estilo ético, dentro do qual o homem procura viver
com atitudes corretas e morais; e o estilo religioso, que se apoia sobre a fé.
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